O que fazer em um domingo chuvoso e véspera de feriado em Rio do Sul? (15 de abril – 93 anos de fundação) Resposta: reunir amigas e passear. Rumo escolhido? Blumenau, onde a previsão era de menor intensidade de chuva para aquele final de semana.
Depois de passar por dois shoppings, optamos por visitar museus: o de “Hábitos e Costumes” e o da “Família Colonial”. À tarde, a garoa fina nos permitiu andar pelas ruas e seguimos para os endereços.
Os encontramos abertos, organizados e com o atendimento de uma garotada bem treinada e simpática. Logo na chegada nos orientam sobre o que veremos a seguir. Ficam ali, próximos à porta, mas nos deixam livres para conhecer, relembrar e fotografar (sem flash).
Os museus são pensados para inclusão e acessibilidade. Há guarda-volumes; rampas para acesso e catálogos sensoriais e em braile já na mesinha de entrada. Os ingressos normais custam R$ 10,00.
Vale muito a pena a visita. São espaços bem cuidados para que gerações, como a dos estagiários que nos receberam, valorizem quem veio antes e deu início ao que temos hoje. Como li em algum lugar, escrito por um anônimo: “Quem vive de passado é museu. Mas, se está no museu é porque já fez história”.

MUSEU DOS HÁBITOS E COSTUMES
Os vestígios do passado já podem ser vistos de longe. Na Rua XV de Novembro está o casarão datado de 1898 que pertenceu ao cônsul alemão Gustav Salinger. Naquela época, no térreo funcionava um comércio de importação e exportação e a família Salinger residia na parte superior.
Na década de 1930, a casa sediou o Banco Nacional do Comércio, por isso ainda preserva um caixa-forte que chama a atenção logo na entrada. Agora ele virou sala de exposições temporárias.


A origem do Museu se deu em 2010, quando a empresária blumenauense Ellen Weege Vollmer doou sua coleção de peças à Fundação Cultural de Blumenau. Também arrecadou objetos de outras famílias e, agora, são cerca de 22 mil itens que conduzem ao cotidiano dos imigrantes europeus, em diferentes contextos históricos, culturais e sociais.
A visita tornou-se divertida. Encontramos amostras de brinquedos tidos ou cobiçados na infância que, mesmo cercados por vidros, nos transportaram a muitas passagens de tempos atrás.



RUA DAS PALMEIRAS
Ela aparece toda pomposa nos arredores dos espaços culturais. É a Alameda Duque de Caxias, popularmente chamada de Rua das Palmeiras. A história conta que foi a primeira rua planejada da antiga Colônia Blumenau. E, denominada pelos imigrantes de “Boulevard Wendenburg”, teria recebido as primeiras palmeiras imperiais em 1876, bem no centro da via.
Os chuviscos daquela tarde a tornaram ainda mais charmosa.


MUSEU DA FAMÍLIA COLONIAL
Bem ali, na Rua das Palmeiras, está a edificação em arquitetura enxaimel que fascina o olhar. O acesso lateral nos leva a um complexo museológico de 15 mil metros quadrados, com três residências e um horto florestal.

Lá dentro é possível visitar o Museu da Família Colonial que foi residência do comerciante e cônsul Victor Gaertner; a Residência Dietrich – também tombada por sua importância histórica, arquitetônica e cultural; e a Casa de Hermann Blumenau, construída em alvenaria de tijolos maciços e que pertenceu a Reinoldo Gaertner.
O Complexo surpreende pela dimensão e diversidade. Apresenta peças e utensílios comuns a famílias de classe média nos primeiros anos de colonização alemã no Brasil. Tudo por ali foi planejado a partir de 1950 pela ex-atriz Edith Gaertner, moradora e herdeira das terras que haviam pertencido ao seu tio-avô – o fundador da cidade, Hermann Blumenau.



CEMITÉRIO DOS GATOS
Nos fundos do Complexo da Família Colonial localiza-se o Horto Florestal, onde encontram-se árvores plantadas por Hermann Blumenau. E onde também está o Cemitério dos Gatos, um lugar atípico e instigante.

O nome pode parecer estranho no começo, mas assim que começamos a explorá-lo fica difícil de sair, pois aquele lugar acalma a alma. Tudo começou porque Edith Gaertner, que morou ali até falecer em 1960, tinha grande afeto por gatos. Conta-se que, quando um deles morria, ela organizava uma cerimônia toda especial e os sepultava entre as árvores.
Com o passar do tempo, o bosque recebeu cuidados artísticos e, as sepulturas dos últimos nove gatos foram identificadas com lápides, nomes e fotos. Hoje o Cemitério dos Gatos é considerado o único no mundo, virou atração turística e fonte de reportagens.





Para saber mais: https://www.turismoblumenau.com.br/experiencias/historia-e-cultura/
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