O espanto sem fim que nos prende a Jorge Amado

“Uma história de espantar, a história daquelas terras, a história daquele amor. Uma rã grita na boca de uma cobra”.

“Uma história de espantar, a história daquelas terras, a história daquele amor. Uma rã grita na boca de uma cobra”.

Esta é uma das frases mais marcantes de Terras do sem fim, de Jorge Amado. E que história sobre ambição, dinheiro, guerra e progresso num território adubado com sangue. Uma ficção criada a partir de uma realidade muito brasileira. Personagens complexos, vívidos, admiráveis, assustadores no seu desejo e na sua violência.

A obra é escrita com um texto simples, frases curtas e diretas, um fluxo fluido entre o límpido do narrador e o coloquial das falas dos personagens. A linguagem nos leva às vezes a um lugar sombrio como profundo da mata, às vezes a um espaço luminoso como o sol à beira-mar.

Terras do sem fim nos coloca num carrossel de lutas, perseguições, emboscadas, flertes e amores. Nele estão uma seleção fantástica de personagens de diferentes tipos: coronéis, jagunços, pistoleiros, trabalhadores, prostitutas, políticos, advogados, trapaceiros profissionais. Um seleto grupo de seres contraditórios e decididos, assustadores e afetuosos… criados para uma obra que deu início a uma “trilogia do cacau” (a riqueza central das terras sem fim de Sequeiro Grande) que se completa com Gabriela, cravo e canela e Tocaia grande.

Salve, Jorge! Jorge Amado da Bahia, do Brasil, do mundo.

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