
Se realizada de forma eficaz, a leitura provoca uma espécie de diálogo interior, em que o leitor confronta sua compreensão prévia do assunto com novas informações. E, isso leva à construção do conhecimento. Portanto, esqueça aquela ideia de que a leitura se resume a decodificar os códigos gramaticais. Ela envolve muito mais do que isso. VAMOS ENTENDER?
A leitura atualmente é entendida pelos estudos linguísticos como um processo social e culturalmente situado, o que compreende interações entre os leitores e o texto, bem como com outras pessoas e contextos culturais.
Nessa perspectiva, é vista como uma atividade dinâmica, que abrange tanto o leitor quanto o texto em constante negociação de significados. Também é evidente nesse processo a importância da leitura crítica – com a análise dos contextos em que o texto é produzido (quando ele foi escrito? onde ele foi escrito? quais os valores daquele lugar/tempo?) e recebido, bem como as diferentes interpretações possíveis do mesmo. Deste modo, a mesma é vista como uma forma de compreender e questionar as relações de poder e as normas culturais que influenciam a produção e a recepção dos textos.
Quando deixamos de lado aquela visão da leitura como mera decodificação de signos, passamos a entender tratar-se de um processo cujo domínio estamos sempre aperfeiçoando, ou seja, a nossa capacidade de compreensão e interpretação dos textos evolui. Portanto, um texto que nos parece difícil atualmente, pode tornar-se mais acessível conforme nossa habilidade leitora se desenvolve.
Sem falar, é claro, que a leitura pode ser também entretenimento. Deste modo, pode nos proporcionar uma experiência emocional prazerosa, seja ela por meio da experiência estética, quando lemos textos literários e artísticos, ou simplesmente por ler textos que tratem de assuntos os quais nos interessam.
Há algumas estratégias pelas quais um leitor pode ampliar sua compreensão, seu processo de aprendizado e sua motivação. E, são algumas delas que o BLOG TODAS AS PALAVRAS compartilha aqui.
1. TRACE OBJETIVOS
Antes de iniciar a leitura, pergunte-se: por que/para que tenho que ler este texto? Há vários motivos e o primeiro passo para obter bons resultados é identificar a razão principal.
Lerei para: procurar uma informação específica? Aprender sobre um tema? Verificar uma linha argumentativa? Por prazer? A partir destas definições, sua interação com o texto será muito mais eficaz.
2. NÃO SE DISTRAIA
A leitura é um potente exercício para o cérebro. Exige a decodificação do código da escrita; a compreensão do significado das palavras; a interpretação das expressões de acordo com o contexto e até a memorização.
Por isso, o aproveitamento é maior quando eliminamos as distrações. Então, prepare o ambiente (crie “cantinho(s) de leitura”) e livre-se de tudo que atrapalhe sua concentração. Um celular por perto, por exemplo, pode acarretar risco de sermos tirados de nossa imersão.

3. ATIVE CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Antes de iniciar a leitura pergunte a si mesmo: o que sei sobre esse tema? Vivenciei algo sobre ele? Isso ajudará você a fazer conexões; relacionar o conteúdo ao seu mundo e confrontar as novas informações com as já existentes.
4. LEIA EM VOZ ALTA
Esta é uma boa estratégia de memorização, pois oferece ao cérebro dois estímulos diferentes: o visual e o sonoro. Assim fica mais fácil lembrar das informações. A técnica também ajuda o leitor a entender conteúdos mais complexos; colocar as ideias em ordem para escrever de forma clara e identificar erros de gramática e/ou estrutura textual.
Outra vantagem é dar mais emoção ao texto. É possível mergulhar no universo dos personagens e proporcionar estímulo às áreas responsáveis pelos sentimentos – o que favorece a memorização.
5. PERGUNTE AO TEXTO
Antes, durante e depois da leitura faça perguntas ao texto para compreendê-lo melhor. Foque no tema e ideias principais. Questione: qual a ideia fundamental que extraio desse trecho/parágrafo? Assim, você expande a compreensão, em vez de manter a atenção presa apenas a detalhes.
6. USE PISTAS PARA COMPREENDER E INTERPRETAR
Caso tenha dificuldades em entender um trecho ou palavras, procure não interromper bruscamente a leitura. Tente basear-se no contexto e, de acordo com os acontecimentos seguintes, verifique se a sua visão faz sentido ou se é preciso refazê-la. Se isso não for suficiente, busque mais informações em fontes externas, como: dicionário/online, professor, colegas ou materiais de referência.
7. ANOTE / GRIFE / RASCUNHE / NEGRITE
Faça anotações específicas que o ajudem a classificar características de uma história/texto, como enredo e gênero – pois sinalizam para o cérebro que tais informações são importantes. Assim, a facilidade em lembrar delas é bem maior.
8. RESUMA
Não se trata apenas de “descrever em poucas palavras”. Um bom resumo deve conter o essencial do texto, seu núcleo de significado. Ao final da redação você deve saber o que aprendeu e ter o ponto de partida necessário para definir o que deve aprender dali para a frente.
Resumir não é somente sintetizar as palavras do autor, mas elaborar paráfrases, isto é, utilizar outras palavras para dizer o que estava escrito. Trata-se de uma forma eficaz de verificarmos se realmente entendemos o que foi lido.

9. TIRE UMA CONCLUSÃO
Ao terminar de ler, pare e pense: qual a ideia mais importante que o autor procurou explicar sobre o tema? Para responder, tente eliminar as informações comuns ou redundantes e selecione os tópicos semelhantes em categorias. Outra dica é usar mapas mentais (gráficos, diagramas, tópicos, palavras-chave).
10. TENHA A LEITURA AO SEU ALCANCE
A mente deve estar em contato constante com materiais escritos. Assim, promoverá o diálogo entre o que já sabemos ou vimos e os novos conhecimentos.
Mantenha materiais de leitura ao seu alcance. Os livros e plataformas digitais permitem que aproveitemos aqueles minutinhos ou horas ociosas para construir conhecimento, manter-nos atualizados ou viajar por uma boa história.

Colaboração: Profº Me. Jânio Davila de Oliveira (Colégio Unidavi)
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